O amigo goy: Mas você não comemora natal?!?!?!?!
O Judeu: Não.
O amigo goy: Nada nada?!?! Não rola absolutamente nada?!?
O Judeu: Não.
O amigo goy: Mas que chato...
Como alguém que já perticipou desse tipo de diálogo pelo menos umas 5 vezes nas últimas semanas, eu digo:
Não é chato para um judeu (ou judia, que fique claro) não ter natal. Em Purim é até mitzvá encher a lata! ALGUM FERIADO CRISTÃO QUE FAZ MELHOR QUE ISSO?????
A gente é treif mas é limpinho. E sabe se divertir também. Ô se sabe...
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
domingo, 27 de maio de 2007
"Tire suas mãos de mim, Eu sou Shomeret Neguiá"
Todo mundo já olhou para aquela moça (ou senhora) toda tzanuach de saia até o chão, mangas compridas e um decote que vai até o pescoço e se perguntou: "será que ela não sente calor?" É claro. E todo mundo sabe disso. Afinal ela também é humana e está debaixo do sol do nosso país tropical abençoado por D'us e bonito por natureza (mas que beleza!). Mas em nome da discrição ela agüenta firme e se veste com recato. Geralmente manter a tziniut conforme manda a Torá é meio caminho andado para começar a guardar o toque. Sim. A galera shomeret neguiá geralmente é muito tzanuach, certo? Eu achava que sim. Mas as coisas não são necessariamente assim. Um rabino da minha sinagoga já dizia: para fazer a tshuvá, a pessoa vai cumprindo primeiro as mitzvot que bem lhe aprouverem. Aquela que lhe parecer mais fácil deve ser cumprida primeiro. É justo. Acontece que determinadas mitzvot parecem ser subseqüentes a outras. Mas pelo visto só parecem. As festas da comuna o demonstram. Era Lag Bahomer mas parecia Purim: open bar, filas enormes para pegar cerveja e / ou caipirinha, gente bêbada tropeçando, xevequeiros (e xavecados) mil e gente esperando para receber o devido cortejo. Nesta última categoria estavam duas balzaquianas, atentas observadoras dos varões do recinto. Muito moderninhas e sensuais, ambas usavam longos cabelos ao vento, calça colada de corte baixo e regata. Uma delas tinha um decote MUITO LO TAZANUACH (ainda mais evidenciado pelos seios fartos). Elas estavam tão bonitonas que não demoraria muito para surgir alguém disposto a cortejá-las. De fato não demorou. Um balzacão aproximou-se. Cumprimentou a primeira com um beijo no rosto e quando se reclinava para cumprimentar a segunda, a do decotão, foi repreendido pela primeira: "Não! Não cumprimenta ela assim! Ela é shomeret neguiá!" É a famosa máxima: you can see her, but you can't touch her. Fiquei pensando no histórico de uma mulher dessas. O que levaria alguém a não querer ser tocada pelo sexo oposto mas mesmo assim querer chamar a atenção dele. Falo aqui como mulher: é bem verdade que nem sempre nos vestimos para os homens. Ainda assim não dá para negar que boa parte das produções e looks famme fatale que criamos é por causa deles. Para quem não entendeu a diferença, eu explico: podemos até nos vestir nos sentir de bem conosco, para mostrar que somos mais bonitas que outras, para olhar no espelho do quarto e pensar "meu, como eu sou linda!", etc, etc. Mas quando o fazemos, é de certa forma assumindo uma postura falocentrica. É pensando: "eu chamo mais atenção dos homens que aquela outra". Mesmo quando nos arrumamos para ficar em casa, olhando deslumbradas para o próprio espelho, no subconsciente o que fica é algo como "se eu fosse homem, eu me agarraria fácil!". Usei o verbo "agarrar"?! Ooopsy! Usei. Muito ligado ao toque, não? Então me pergunto: se você não quer ser agarrada por ninguém, por que raios você quer ser desejada? O ponto é: quem opta pela tziniut quer chamar atenção por sua personalidade e blá, blá, blá. E quando você vira shomeret neguiá, você quer preservar seu toque para a pessoa que viu tua beleza debaixo de todo aquele recato indumentário e de conduta. Pensei, pensei, pensei e até agora não entendi o que levou aquela senhora de decote, calça justa, cabelos a la Gisele Bündchen, com um jeitão todo sexy a resolver não tocar em homens. Será que a postura Sex and the City que nós, mulheres da Manhattan tupiniquim temos adotado tem nos reduzido a caricaturas de Carrie, Miranda, Samanta e (o pior de tudo) Charlot? Se alguém tiver a resposta, faça a mitzvá de falar e elucidar essa dúvida. ________________ Mais farofada: Escute a música que retrata o draminha adolescente de uma menina que quer que o rapaz enxergue através dela, por baixo de toda a produção: Nanana. Clique no título da música, ok? Leia um post no Blog da 02 Neurônio (vai falar que você nunca leu o Folha Teen) chamado "De salto alto (em casa)". Desculpem não ter conseguido selecionar só ele. Mas o blog é divertido, anyway. |
You can see them, but if you touch her, they're gonna set some drama, cuz they wanna do their humps. Em qual versão essa música é mais chata e enjoadinha? Com Fergie ou com Alanis (ela quer ser sarcástica)? |
sábado, 28 de abril de 2007
I can't Belive it's Farinha!
Mas é! Todo mundo diz que é. Meu rabino diz que é. Tá lá escrito na embalagem: Farinha de Matzá. Então quer dizer que há no mundo uma farinha que não é farinha? E isso só porque durante uma mísera semana no ano o povo Judeu não deve comer coisas fermentadas e as farinhas normais (trigo, milho, rosca...). Aí eles vão e inventam uma pseudo-farinha, só pra bubbale poder fazer bolos durante Pessach. E é nesse ambiente enfarinhado, pero kosher le Pessach, que vemos alguns paradoxos no judaísmo (ou seria em sua prática?). Eles merecem olhares mais críticos, só pela farofada. Por isso é que vale a pena colocar o Farinha de Matzá no ar. É que o Jewlicious é muito legal, o Jewcy é super cool e o Jewschool super completo, mas nenhum deles jamais ouviu falar de Projeto Kiruv, Higienópolis e suas 1001 sinagogas, a zilana e outras peculiaridades da vida judaica paulistana. E ser judeu brasileiro pode ser bem chato. Porque em Terra Brasilis o judaísmo se reduz a religião ou bairrismo. Até pode acontecer de as duas coisas fermentarem e aí... eis que surge uma combinação explosiva das duas coisas. Me abstenho de comentar, mas não resisto ao trocadilho: "não existe lashon hará abaixo do equador". Aqui a coisa rola assim: por um lado, os rabinos tentam explicar Torá for Dummies, que por sua vez estão mais interessados na graninha que vão descolar por freqüentar as aulinhas. No decorrer do ano a coisa pega: sinagogas viram ponto de encontro pra galera marcar baladas. A mais top delas é a balada pós-Yom Kippur, qundo depois de jejuar (para ficar mais elevado espiritualmente, CLARO), a galera vai encher a cara e fazer besteira na festa mais badalada da comuna. E o senso de humor? Bom... quem quiser humor judaico, que escute as piadas do tio ou providencie um box com todas as temporadas do Seinfeld. Bom, garotinhos e garotinhas, acontece que nós aqui temos nossa visão particular de chessed. E para exercer toda essa bondade latente em nossas neshamot, achamos por bem enfarinhar o ser judeu e brasileiro. E pra rir das milanesas, farofadas, pirões e outras massas em geral. Tudo de uma forma mais kosher le pessach, claro. Até agora temos três tsadikim na empreitada de um blog-cool-jew-tupiniquim. Um deles está peregrinando pela Terra Santa com o intuito de tornar-se um tsadik e assim é, por excelência, nosso correspondente internacional. A outra esconde o caráter bicho-do-mato atrás de humildade (pra parecer mais kosher). E há ainda uma terceira mentora do projeto. Trust me: ela é mais kosher que você (oê, oê, oê). Ah sim... estamos recrutando. Inscreva-se no processo seletivo que nós ainda criaremos. Bueno... pienso que es esto. Bienvenidos a la farinhada! |
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